Poesias
CADELA!
Roberto Ribeiro De Luca
Cinco dedos muito abertos
vejo agora no teu rosto.
Areia quente dos desertos,
tapa cheio, bem composto.
Tu afirmas que é “em cheio”
e já ris com arrogância.
Penso em outro aquém do seio,
mal te afliges, dás-me ânsia.
Queres ser a sabichona,
poderosa, voz rascante,
mas tu és apenas dona
dos sofismas da farsante.
Um recôndito armamento
imaginou a jornalista.
Quanto hálito, invento,
da tua língua vigarista!
Sem demora, vai pro inferno,
com meu pé marcado atrás,
ladrando alto em fogo eterno
nas vielas ou no cais!