Poesias
GULOSA E ORDINÁRIA
Roberto Ribeiro De Luca
Interessa-se pelas histórias alheias.
Compara tudo e todos ao escrutável ser.
Sempre amável com os doentes das aldeias,
supera-os no martírio, quer sofrer!
Compara tudo e todos ao escrutável ser.
Sempre amável com os doentes das aldeias,
supera-os no martírio, quer sofrer!
Meiga e prestativa, mostra-se uma freira,
mas bom trabalho, genuíno, não consegue.
Sopesa nas mãos uma cozinha inteira!
Definha… tonteia… Um suíno que a carregue!
De natureza sem-vergonha e fraudulenta,
a capadócia sabe iludir uma fada.
Suporta dores, nunca sonha, bem alenta
o maroto de quem é sócia, e alimária,
pastando com maestria numa encosta escalvada.
Assim, gulosa, engana a vaca ordinária!