Poesias
A POESIA E O POETA (OU UM METAPOEMA)
Roberto Ribeiro De Luca
Não devemos, nunca, nos separar.
Somos língua e som tratados sem fim.
Sortilégios sempre espalho no ar.
Sensações experimentas em mim.
Reverbero os predicados do homem.
Desmando régio me esvai: excludente.
Não morro, significados não somem…
Renasço, assomando à tua mente.
Ao falar de mim, procuro prender-te
à emoção por que Epicuro clama.
Na ária, em nós, esboça-se o flerte.
Poeta, quem ama bem nos soletra
(união de dois em uma só chama):
Eu, a que seduz. Tu, o que penetra!