Poesias
CHEIA DE MANIAS II
Roberto Ribeiro De Luca
Linda! Das potrancas a mais formosa!
As ancas, labaredas salientes,
esparramam no ar um lume: “Gostosa!”
Artimanha infinda afia-me os dentes...
Enfermiço, com ardor entretanto,
penso no filme por que tenho apreço.
Disso ela não gosta, quer outro encanto,
rende-me o ser a este amor que mereço.
Nos lençóis, a cauda aberta em meu rosto
(morro, nasço e renasço nesse gosto)
espasmos intercorrentes indica.
Ela é inculta, mas não me importo,
perdoo-lhe a alta multa que suporto:
o desconhecimento de Guernica.