Poesias
ALUMBRAMENTO
Roberto Ribeiro De Luca
De que serve a consciência do mundo real
sem o germe fecundo do sonho mágico,
que depura o meio injusto, desigual,
e viceja a alegria cega do fanático?
De que serve a ilusão incorporada
sem o jugo tenaz do freio pragmático,
que impede o delírio da mente abalada
e faz o louco parecer enigmático?
Tenho em mim a fome aberta da alma cálida,
desejo e luz dos seres escorreitos.
Vejo tudo de forma intensa, ávida,
com alumbramento, sou meu próprio rei!
Rejeito a treva, o óbolo, os conceitos…
Singro em chamas o mar que conquistei!